Espiritualidade virou moda do séc. XXI

A moda da espiritualidade que engana os crentes e eleva os sábios 

Frases tipo:

“eu sou espiritualizado”

“eu estou à procura da minha espiritualidade”

“eu trabalho espiritualmente”

A pergunta é:

“será? será que és esse ser tão espiritualizados como pretendes acreditar ser?!”

E como toda a moda passa, também a espiritualidade desprotegida passará. Isto claro referindo-me à espiritualidade espacial!

Pra quê moda? A moda é mera fachada para ficar bem na fita perante o vizinho, ou seja tolice dos tolos. Outrora a moda era ser materialista, ter grandes carros e uma boa casa, mas isso é ser banal, sem sumo e já se tornou um calipo. Agora o que é fixe é meditar sem respirar, rezar sem um Deus e para o seu umbigo, caminhar sem propósito e sem dinheiro também, usar a espiritualidade como uma futilidade consumível que se vende em pacotes via internet. É ter mestres Gurus com 1 ano de idade, ou ainda mais além, é ser poeta e filosofo nas redes de sociais. Mas nessa realidade não há espelhos que vislumbrem tanta simplicidade. Isso sim é moda.  A espiritualidade virou moda do séc. XXI, com certeza.

Mas ser espiritualizado é muito mais que moda, que ler um livro, ouvir um mantra, praticar yoga, caminhar na praia, presenciar workshops, fazer reiki! Ser espiritualizado é muito mais além do que essa sociedadezinha consegue alcançar. Ser espiritualizado é perceber que a moda passa e o que, verdadeiramente, é perdurará eternamente. A moda passa e passou por ser vergonha por quem vestiu essa roupagem ridícula de amar com egocentrismo. Chega ou basta de tanta excentricidade barata.

Ser espiritualizado não é precisar mostrar que acompanha as mudanças sem mudar nada interiormente. Ser espiritualizado é ser, compreender, viver, estar em equilíbrio consigo mesmo e com os demais. Ser espiritualizado é respeitar as diferenças, auxiliar nas adversidades, festejar nas alegrias, chorar nas derrotas. Ser espiritualizado é ser, sem ter que querer ser ou mostrar aos demais. É viver cada momento com imensa gratidão. É compreender cada espaço, aceita-lo e aprender a cada instante. É lutar pelo desafio. É sentir a plenitude interior em cada momento mágico. É saber onde está e para onde vai. É ser humilde para reconhecer cada característica e querer transmuta-la para que se torne num ser melhor. É ser isso tudo e não precisar de ser nada. Quem quer ser é sem precisar afirmar que existe.

Há sem dúvida ser espiritualizados, há sem dúvida seres perdidos também, mas o importante é deixar de andar na corrente só porque todos os sapos pulam para lá, é ir para onde quer ir sem se ridicularizar, é mudar estruturas para que se possa construir um castelo de felicidade e não de enganos reprimidos e audácia e vaidade. Cada um é o que é, todos somos iguais e bem diferentes, que sejamos apenas felizes com ou sem espiritualidade.

© 2018 Sílvia Fernandes Gomes

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